Ao longo do século XVII a Espanha teve uma série de problemas, gastos avultantes e vários conflitos europeus. Após a Guerra da Sucessão Espanhola (XVIII), os
bourbons saíram vitoriosos. Nesse período, a Espanha já não era mais a grande potência do mundo. Sendo assim, ou avançava-se para a revivescência colonial, ou o brilho do passado jamais retornaria.
Com a chegada do século VXIII as ideias iluministas e sua adaptação para o despotismo esclarecido traziam a esperança de reformas para reflorescer o império hispânico. O objetivo era angariar fórmulas capazes de fazer a colônia voltar a gerar um acúmulo para a metrópole. Nesse momento, a base da manutenção do poder espanhol na América estava relacionada ao equilíbrio de três grupos: administração, igreja e os criollos, que eram os maiores detentores de riqueza, os grandes comerciantes, advogados e donos de propriedades.
Com as Reformas Bourbônicas novos cargos e instituições foram promovidos, e os selecionados para as novas funções foram os chapetones, ou seja, colonos que viviam na América mas haviam nascido na Espanha. Porém, o cargo de vice-rei permanecia como o mais importante das colônias.
Fiscalizar e vigiar eram palavras de ordem das Reformas. As ações atacaram diretamente o Clero ao buscar submetê-lo à jurisdição dos tribunais seculares, reduzindo assim a imunidade da Igreja Católica. Como exemplo disso, a expulsão dos jesuítas em 1767 dos domínios da Espanha.
Os principais pontos da reforma foram: a
reestruturação da burocracia, criação de novos cargos e instituições, cobrança
e fiscalização de impostos, autorização do comércio livre com o fim do Pacto Colonial, afastamento das elites locais das audiências
(criollos), enfraquecimento da
igreja, entre outros.
Enfim, as reformas bourbônicas forneceram
grande sucesso econômico, mas por outro lado feriu o interesse dos criollos e
causou o aumento das revoltas indígenas.
ALBUQUERQUE, Vinicius Carneiro de. História da América Independente. São Paulo: Editora Sol, 2015.