GARCIA, Elisa Fruhauf. “Os índios e as reformas bourbônicas: entre o “despotismo” e o consenso. In.: AZEVEDO, Cecília & RAMINELLI, Ronald (org.) História das Américas: novas perspectivas. Rio de Janeiro: FGV, 2011. p. 55-81.
A autora discute
o papel dos índios nas reformas bourbônicas, e busca demonstrar como os
trabalhos recentes sobre a aplicação das medidas bourbônicas aos índios, tanto
os localizados nas regiões fronteiriças quanto os inseridos na sociedade
colonial, têm obtido resultados inovadores. O texto é dividido em três tópicos
que facilitam a compreensão das informações.
Elisa Garcia introduz o capítulo
apresentando o contexto das reformas promovidas pela Coroa espanhola nos
domínios americanos, e expondo os objetivos de tais reformas, entre os que se
destacam, o de enfrentar a crescente competição entre os Estados europeus;
recuperar o lugar de destaque que a Espanha ocupava no cenário Internacional; e
assegurar o efetivo domínio espanhol nos territórios americanos. A autora expõe
também que os índios foram uma das questões-chaves das reformas, no que diz
respeito aos “não-submetidos”, os espanhóis negociavam de toda forma com eles,
a fim de não perder o comando das regiões limítrofes para os rivais europeus,
inclusive havia um interesse de transformar esses índios em súditos da Coroa. A
autora diz que uma das pretensões das reformas bourbônicas era de extinguir a
diferenciação entre índios e espanhóis, tornando obrigatório o uso do espanhol,
e transformando a propriedade comunal em privada. Ela fala ainda de algumas
reformulações que tem ocorrido na historiografia sobre as populações indígenas,
como as noções de aculturação e resistência, que foram substituídas por
conceitos como etnogênese, etnificação.