CATELLI, Roberto. A canção popular brasileira como fonte para o ensino de história: da Bossa Nova à música de protesto.IN: _____. Temas e linguagens da história: ferramentas para sala de aula no ensino médio. São Paulo: Scipione, 2009. p. 133-151.
No livro Temas e linguagens da história Roberto Catelli exemplifica algumas ferramentas a serem usadas em sala de aula pelo professor de História, e no capítulo A canção popular brasileira como fonte para o ensino de história: da Bossa Nova à música de protesto ele procura demonstrar como é possível trabalhar a música popular brasileira
como fonte histórica na sala de aula. Segundo ele é uma forma de
"despertar no aluno outras formas de conhecer, interpretar e sentir".
Para exemplificar ele utiliza canções do período em que o Brasil era governado
por militares (1950-1960), além de diferenciar os diferentes estilos musicais
da época.
Após
o triunfo na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se tornaram uma
liderança mundial, e passaram a influenciar o mundo de diversas maneiras,
inclusive através de sua cultura. Na
década de 1950, a música estadunidense chamou a atenção com a explosão de
estrelas do rock, entre elas Elvis Presley. Essa "cultura do rock"
também se espalhou no Brasil, porém, muitos ainda preferiam o samba e o jazz.
Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto são algumas figuras da música
brasileira que se destacam nesse momento, inclusive os mesmos são considerados
os "pais" de outro estilo musical criado nessa época: a Bossa Nova.
Inicialmente
a Bossa Nova servia para "a distração e o deleite", no entanto a
partir de 1964, com o Governo Militar, tanto ela quanto o samba passaram a ser utilizados
como forma de protesto pela esquerda, que contestava a ordem política e social
vigente. Foi nesse contexto, de nacionalismo exacerbado, que nasceu a sigla
MPB, em defesa dos interesses genuinamente brasileiros.
Ao
contrário da música politizada, a Jovem Guarda fazia sucesso reproduzindo
aquilo que havia de mais americanizado. Os temas mais frequentes eram o namoro
descompromissado e a liberdade. Os intelectuais de esquerda discursavam contra
esse movimento, inclusive Elis Regina, que promoveu uma passeata contra as
guitarras em 1967.
Outro
estilo musical surgiu nesse mesmo ano: o Tropicalismo, representado por Caetano
Veloso e Gilberto Gil. Nesse movimento, os artistas incorporaram a guitarra,
sem ignorar qualquer outro estilo musical. Quando vaiados em uma apresentação,
Caetano e Gilberto responderam que não sentiam raiva, pois os jovens estavam
"embotados pela burrice que uma coisa chamada Partido Comunista resolveu
pôr na cabeça deles".
Conclui-se então que assim como qualquer outra fonte histórica, a música nos permite estudar e conhecer melhor determinado período da história. A utilização da música em sala de aula instiga os alunos, porém, seu uso deve ser feito de forma adequada. Não se trata de levar as músicas apenas como elemento de distração ou objeto de irreflexão, o professor deve tratar a música como uma fonte documental, e é necessário que o aluno perceba o momento histórico através da música. O uso dessa fonte em sala de aula requer antes de tudo: pesquisa, reflexão, análise, criticidade e contextualização.
Conclui-se então que assim como qualquer outra fonte histórica, a música nos permite estudar e conhecer melhor determinado período da história. A utilização da música em sala de aula instiga os alunos, porém, seu uso deve ser feito de forma adequada. Não se trata de levar as músicas apenas como elemento de distração ou objeto de irreflexão, o professor deve tratar a música como uma fonte documental, e é necessário que o aluno perceba o momento histórico através da música. O uso dessa fonte em sala de aula requer antes de tudo: pesquisa, reflexão, análise, criticidade e contextualização.
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Sara S.
de Oliveira
Acadêmica
de História
Paraíba,
Brasil
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